Focado em melhorar a produtividade e a renda dos micro e pequenos negócios por todo país, o Programa ALI (Agentes Locais de Inovação) já se consolidou como uma metodologia comprovada de avanço da inovação, promovida pelo Sebrae. Somando resultados desde 2010, com mais de 300 mil negócios alavancados, por meio da atuação de mais de 8 mil especialistas, o ALI continua avançando, agora com a novidade: o ALI Rural.
A proposta é levar inovação e desenvolvimento para o campo. O ALI Rural, como o próprio nome sugere, é destinado para empreendimentos do agronegócio que buscam soluções que possam melhorar seus resultados, respeitando a sustentabilidade. Desde dezembro de 2021, o ALI Rural está em fase piloto, com 153 bolsistas em operação, em sete estados atendidos: Maranhão, Rondônia, Pernambuco, Paraíba, Goiás, São Paulo e Santa Catarina.
Para a próxima chamada que está aberta, outros 17 estados enviaram propostas e passarão a integrar o programa, que tem início do próximo ciclo em agosto. De acordo com o analista de competitividade do Sebrae, Victor Ferreira, as perspectivas do ALI Rural são amplas, exatamente pela extensão do território brasileiro e das oportunidades que o agronegócio carrega.
“A força e dimensão do agro são incontestáveis. O ALI Rural vem para atender os micro e pequenos negócios do campo que tanto anseiam por inovação. A metodologia testada e aprovada, oferece a visão macro do negócio, com diagnóstico e soluções em cinco dimensões como marketing e vendas, melhoria de processos produtivos, novos produtos, redução de custos e controles gerenciais”, afirma Ferreira.
A experiência de ser ALI Rural
Para a engenheira de alimentos, Franciane Oliveira, que atua como Agente Local de Inovação Rural no Maranhão, o programa é revolucionário, pois atende os pequenos produtores que são ‘base’ da cadeira produtiva. “É extremamente gratificante chegar em uma propriedade rural, de produção familiar, e levar técnicas de manipulação e seleção de alimentos, por exemplo. São coisas simples, como boas práticas de higienização, roupas adequadas ou técnicas que mudam para sempre o ritmo e os resultados do negócio”, diz.
Com experiência anterior no ALI urbano, Franciane conta que se apaixonou pelo agro, justamente pelas diversas possibilidade e desafios apresentados. “O agro é muito forte, muito amplo, cheio de dificuldades também, seja de acesso, de clima, de mobilidade, mas é tudo isso que nos possibilita levar a transformação, através do ALI Rural”, comenta. Quando questionada sobre casos que lhe chamaram atenção, ela relembra de um produtor de leite e ovos que não conseguiam enxergar o resultado da propriedade, mas após a inserção de uma solução de controle financeiro, ficou surpreso com os resultados.
“O seu João Carlos é criador de galinhas e de gado leiteiro, um dos 13 produtores rurais a quem atendo em Imperatriz. A principal dor era a sensação de desorganização financeira. Após alguns encontros com o ALI Rural, desenvolvemos um caderno para anotações básicas de fluxo de produtividade. Criamos algo simples, intuitivo e no papel para que ele e sua família pudessem preencher com facilidade. Eles ficaram tão animados com os números que enxergaram que têm lucro e que podem melhorar ainda mais fazendo pequenos investimentos”, recorda.
Ainda de acordo com Franciane, uma das principais necessidades dos produtores do seu estado é a parte de controle gerencial. “São pequenas mudanças que impactam positivamente na produtividade dos produtores”, completa. A trajetória como ALI incentivou a busca por mais conhecimento no agronegócio e a engenheira já está inscrita no curso técnico de agropecuária do Instituto Federal do Maranhão. “Quero me aprofundar e atuar como consultora”, vislumbra.
ALI Rural na prática
Em São Paulo, o ALI Rural já atende 23 municípios, com produtores de leite, olericultura e frutas. O trabalho está focado, por exemplo, em dinamizar o arranjo do cultivo de mandioca de mesa, com mais de 10 espécies de mandioca sendo estudadas, em parceria com Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), para o melhoramento genético das espécies.
“O ALI Rural funciona com a aplicação do ‘radar da inovação rural’, por meio dele, estamos potencializando a presença dos produtores locais a se estabelecerem como um Arranjo Produtivo Local (APL) e receberem incentivos públicos”, explica o consultor de negócios do Sebrae Barretos (SP), Luiz Felipe Cavallari.
Os produtores de leite atendidos pelo ALI Rural paulista também estão experimentando iniciativas que prometem expandir a produção e o relacionamento com o mercado. “Levamos o grupo para a Agrishow – maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, e lá descobrimos uma máquina de moer ração que promete impactar significativamente a nutrição do gado”, conta Cavallari. Com apoio do ALI Rural, estão avaliando a possibilidade de comprar o equipamento de forma colaborativa com todos os produtores sendo beneficiados.
Como aderir
Para receber o acompanhamento do ALI Rural, o produtor pode ligar no telefone 0800 570 0800 ou ir presencialmente ao Sebrae de sua cidade. O programa tem duração de oito meses, com dez encontros presenciais, individuais e coletivos, além de apresentações, imersões, análises e palestras voltadas a inovação na prática.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias