Lançado em agosto, o Projeto Varejo de Rua - desenvolvido pelo Sebrae Nacional em parceria com a AMIC (Associação das Micro e Pequenas Empresas de Cascavel) -, concluiu com sucesso sua primeira etapa esta semana. O piloto envolveu nove empresas de pequeno porte localizadas na região dos bairros Parque São Paulo e Jardim Maria Luiza, que, ao longo de quatro meses, foram avaliadas para aprimorar a gestão, o atendimento e a experiência do cliente. O resultado foi uma verdadeira transformação nos pequenos negócios da cidade.
Segundo Jovane dos Santos Borges, presidente da AMIC, o impacto positivo do projeto coloca Cascavel mais uma vez como referência para o Paraná e o Brasil. “Este projeto é um exemplo claro de como os pequenos e médios negócios podem prosperar com o incentivo adequado. A AMIC tem cumprido seu papel, em parceria com o Sebrae, de manter nossos associados conectados às principais tendências do mercado. Com o sucesso que alcançamos aqui, vamos expandir esse modelo para novas capacitações”, destaca.
As micro e pequenas empresas desempenham um papel fundamental na economia de Cascavel. Com 46.171 negócios, elas representam 80,8% do total de empresas da cidade e são responsáveis por 57.048 empregos, o que corresponde a 72% dos postos de trabalho. Essas empresas também são responsáveis por 59,1% do PIB local, conforme dados do Ipardes (2022).
Resultados positivos e reais
Durante o ciclo de capacitação, as empresas participaram de cinco encontros coletivos que ajudaram a identificar desafios e a implementar soluções práticas. Ana Rizzi, consultora do Sebrae e coordenadora do projeto, destaca que os resultados superaram as expectativas. “A média de aumento na gestão das empresas foi de 16%, com algumas alcançando até 23%. Isso se refletiu diretamente no faturamento e no atendimento ao cliente, que são pilares para o sucesso de qualquer negócio”, explica.
Gilsimar Colognese, proprietário da Camila Cosméticos, foi um dos empresários que aderiu ao Varejo de Rua. Ele relata que o projeto chegou em um momento decisivo, quando a empresa ainda se recuperava dos reflexos da pandemia e enfrentando as obras da Avenida Carlos Gomes, que afetaram temporariamente o movimento presencial na loja.
Com a primeira fase do projeto, que incluiu visitas de clientes ocultos e feedback imediato, foi possível identificar e corrigir falhas ainda durante a execução. “Foi muito positivo, pois além de ajustar o atendimento virtual, tornando-o mais humanizado, também melhoramos o atendimento presencial e nas redes sociais, que é onde o cliente chega primeiro. Essas mudanças imediatas já refletiram em um crescimento de 16% nas vendas, o que impactou diretamente no faturamento. Vamos continuar participando das próximas etapas e das capacitações da AMIC e Sebrae, pois o caminho é a atualização contínua com o que o mercado exige, para trazer bons resultados a longo prazo”, conclui.
Futuro é a expansão
Além de Cascavel, o projeto também foi aplicado nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso, com o objetivo de capacitar empreendedores por meio de workshops, palestras e treinamentos, garantindo que seus comércios ofereçam atendimento de qualidade e um visual atraente, estimulando assim os negócios.
Com base nos resultados alcançados, o Projeto Varejo de Rua será expandido, segundo Ana Rizzi. “Agora o Sebrae revisará a metodologia para o próximo ano, com o objetivo de levar o projeto a outras regiões do Brasil. O modelo que implementamos aqui servirá como espelho para outras cidades, com ações contínuas de acompanhamento e capacitação. Em 2025, o projeto estará disponível para empresas em todo o País”, revela a consultora.