Depois de uma leve alta em fevereiro, o percentual de famílias endividadas no Paraná voltou a cair. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), mostra que 88,1% dos paranaenses possuíam algum tipo de dívida em março. O percentual é inferior ao registrado em março do ano passado, quando 90,5% das famílias no estado estavam endividadas.

A média nacional de endividamento ficou em 77,1%, apresentando elevação em relação a fevereiro, quando 76,4% dos brasileiros possuíam algum tipo de dívida. Contudo, a parcela de inadimplentes ficou estável, em 28,6%. O avanço do endividamento com estabilidade da inadimplência sinaliza maior consciência no uso do crédito. A CNC projeta que essa tendência deve continuar ao longo do ano. A expectativa é de aumento de 2,5 pontos percentuais no endividamento até o fim de 2025, em relação ao início do ano, impulsionado por maior confiança no consumo e pela necessidade de reorganização financeira. A inadimplência, por sua vez, deve recuar marginalmente, com previsão de queda de 0,7 ponto percentual nos 12 meses.

Embora o Paraná figure entre os cinco estados com maior índice de famílias endividadas, a inadimplência é uma das menores do país. Em março, o percentual de lares com contas em atraso no estado caiu de 12,1% para 11,8%, o menor nível desde o início da série histórica, em 2010. No primeiro trimestre de 2025, o estado registrou os menores índices de inadimplência em 15 anos. O número de famílias que declararam não ter condições de quitar suas dívidas também recuou ligeiramente, de 2,7% para 2,6%, atingindo o menor patamar já computado pela pesquisa.

Endividamento por faixa de renda
As famílias com renda de até dez salários mínimos continuam sendo as mais endividadas, com 88,5% delas possuindo algum tipo de dívida. Na comparação com fevereiro, houve redução no percentual, que era de 89,3%. Com relação à inadimplência, a quantidade de famílias com contas em atraso nessa faixa de renda também apresentou melhora, caindo de 12,7% para 12,2%, da mesma forma no grupo de famílias que declarou não ter condições de pagar suas contas houve redução de 3,3% para 3%.
Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o índice de endividamento permaneceu estável em 86,3%. E na avaliação da inadimplência, o número de famílias com contas em atraso avançou, passando de 9,5% em fevereiro para 10,1% em março e o percentual de lares nesta faixa salarial que não conseguem quitar suas dívidas subiu de 0,6% para 1,2%.


Tipo de dívida
O cartão de crédito segue como a principal fonte de endividamento no Paraná, concentrando 92,3% das dívidas. Na sequência, aparecem o financiamento de veículos, com 5,3%, e o financiamento imobiliário, com 4,6%.
Fonte: Fecomércio-PR