O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuperou o caminho do crescimento em 2021, apontando para o início da retomada econômica e da recuperação da recessão vivida em razão da pandemia. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam um aumento de 4,6% no PIB, somando um total de R$ 8,7 trilhões de bens e serviços produzidos pelo país no ano passado. Esse foi o melhor resultado do PIB desde 2010. Os principais destaques ficaram por conta dos segmentos de serviços, com uma alta de 4,7%, e da indústria, que registrou um crescimento de 4,5%. Nesse contexto, quais as perspectivas para os pequenos negócios, que contribuem com aproximadamente 30% do PIB nacional?
O economista e analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Giovanni Beviláqua, explica que esse crescimento era esperado, considerando o contexto de melhora nos índices de vacinação e retomada das atividades econômicas. “Nos últimos dois anos, com a pandemia, tivemos quedas significativas, o que temos agora é uma lenta recuperação. O avanço da vacinação, a flexibilização das medidas de isolamento, tudo isso contribui para que o país saia da estagnação”, afirma. O especialista alerta, no entanto, para o novo cenário que vem se desenhando: “Fatores como a inflação, alta dos juros e a guerra impactam diretamente no comportamento da economia”, destaca.
Segundo Beviláqua, os donos de pequenos negócios precisam estar atentos na hora de buscar crédito. “A taxa de juros (SELIC) deve se manter em dois dígitos durante todo esse ano. Por isso, a recomendação é que só façam empréstimos se for estritamente necessário. Muitas vezes um simples arranjo na gestão financeira da empresa já ajuda bastante. É interessante buscar ajuda especializada para avaliar a real necessidade de empréstimos. O Sebrae presta atendimento para crédito assistido em todos os estados”, indica. Além disso, é importante preparar-se para o possível aumento nos custos da produção. De acordo com o analista, historicamente, em períodos de guerra, é comum que produtos como petróleo, gás, óleo e energia aumentem, impactando diretamente no planejamento das empresas e nos valores finais dos produtos. “É preciso ter cautela na tomada de decisões e bastante organização financeira”, orienta Beviláqua.
Giovanni Beviláqua recomenda ainda que os empreendedores se aprofundem em conhecer o seu próprio negócio. “Os números de 2021 são animadores e temos boas perspectivas para esse ano, mas é preciso conhecer o seu mercado, conhecer o seu cliente, buscar inovação para poder acompanhar o fluxo do crescimento”, afirma. O Boletim Focus, emitido periodicamente pelo Banco Central, com projeções anuais, aponta que o PIB de 2022 deve crescer de 0,30% a 0,42, confirmando as perspectivas positivas de progresso. “É uma recuperação lenta, gradual e perene. O empreendedor precisa ter visão e compreender que sempre é tempo de fazer bons negócios, desde que esteja preparado e orientado”, completa.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias