Páscoa é o momento de recuperar prejuízos trazidos pela pandemia

Segundo a AMIC PR, nessa reta final é preciso considerar os preços fixos e variáveis e pesquisar o comportamento dos consumidores para aumentar as vendas

Publicado em 12/04/2022 às 16:11 por Eloísa Kleinhans Guedes

Depois de dois anos, a Páscoa, em 2022, é a oportunidade para pequenos e médios empreendedores aumentarem as vendas e recuperarem os prejuízos trazidos pela pandemia de Coronavírus. As expectativas de vendas para este ano são as melhores, mas para isso é necessário um planejamento de custos e divulgação dos produtos, principalmente nessa reta final, onde o marketing boca a boca e publicação de fotos e vídeos online são fundamentais para quem quer vender mais e conquistar seu espaço no mercado.


Segundo a presidente da AMIC PR (Associação de Micro e Pequenas Empresas do Paraná), Sonia Xavier, os empreendedores devem considerar quanto pretendem vender, se perguntarem se têm condições de execução e levar em consideração os custos para formação do preço. 


“Para atingir o objetivo de vendas, os empreendedores precisam considerar todos os preços fixos e variáveis, fazer pesquisa sobre o comportamento dos seus consumidores, que estão preocupados com os preços altos por causa da inflação, além de investir em marketing para divulgação dos produtos e serviços”, enfatiza a presidente.


Com mais de 75% da população brasileira vacinada contra a Covid-19 e a vida voltando ao normal, a Páscoa em 2022 é o momento certo para empreendedores recuperarem os prejuízos. Mas é importante lembrar que a pandemia causou uma perda no poder de compra. “Assim, ao criar uma estratégia de venda, os empreendedores podem tentar manter o preço e diminuir a margem, o que significa vender mais para ter um lucro próximo ou parecido com o dos anos passados”, destaca Sonia. 


Expectativa de vendas para 2022

Proprietária da Le Cone Gourmet há seis anos, empresa especializada em cones recheados, Daniele Pierozan, de Cascavel, conta que seu negócio foi afetado por conta da pandemia. “O lockdown veio de encontro com a Páscoa em 2020. As famílias em casa, cozinhando juntas. Com as incertezas econômicas, os mercados fizeram a maior promoção em ovos de Páscoa e foi a pior Páscoa da Le Cone. Esse período de Páscoa é o nosso 13º, quando nossa profissão ganha destaque. Nos preparamos com antecedência para Páscoa. Tudo já tinha sido investido e as vendas atingiram 40% do esperado”. 


Mas para este ano as expectativas são as melhores. Daniele conta que a recuperação veio antes da vacina surgir. “Com o home office, eu trabalhando na cozinha de casa, era difícil dividir com toda família invadindo meu espaço o tempo todo. A alternativa que achamos foi transformar a garagem de casa na minha cozinha de trabalho. Tinha um espaço próprio, a credibilidade também aumentava a clientela e a Páscoa seguinte, em 2021, foi a melhor de todos os anos. A expectativa para 2022 é que melhore ainda mais. Assim, o sonho de ter uma loja/café está cada vez mais próximo”, conta. 


Aline de Paula, também de Cascavel-PR, criou a Aline Cake's há quatro anos. Ela produz e comercializa bolos, doces, salgados, kit festa, caixa surpresa, cupcake, copos felicidades, ovos de Páscoa e ovos de colher, e conta que logo no início da pandemia suas vendas não foram afetadas. 


“Mesmo que as pessoas precisassem ficar em casa e abrissem seus próprios negócios, pude perceber que as vendas fluíram, sim. Precisei fazer mais entregas, os clientes ficaram mais receosos de sair, mas isso se ajustou. Mas em 2021 percebi uma caída, acredito que é porque as pessoas estavam com medo de gastar dinheiro, o futuro a Deus pertence então tudo era meio imprevisto”, acredita. 


Ela também acredita que este é um bom momento para fazer boas vendas. “Minhas expectativas são boas. Penso que com a população vacinada agora poderá trabalhar com mais confiança e fazer o dinheiro girar no comércio”, explica.


Também de Cascavel, as amigas Aline Cristine Rulio de Lima e Luciane Nazario, abriram a Limão Siciliano, empresa que produz e comercializa chocolates artesanais em 2021, depois de participarem de uma capacitação gratuita oferecida pela AMIC PR. Agora, com a primeira páscoa chegando perto, elas estão animadas para dar um up nas vendas. “Esse é um dos melhores momentos para recuperar o prejuízo, acreditar que estamos no caminho certo e que com muito trabalho e esforço vamos alcançar nossos sonhos. Nossas expectativas são solidar nossa marca, alcançar um público variado e vender muito”, completa Luciane.  


Andressa Soares dos Santos, também de Cascavel, é proprietária da Doce Maria Confeitaria Saudável e Inclusiva, que vende bolos, doces e pães sem açúcar, sem glúten e sem lactose.  As expectativas da empreendedora com a vacinação dos brasileiros também são grandes. 


“A expectativa é de crescimento, talvez não no ritmo que gostaríamos. O mercado é muito promissor e acredito que com a ajuda das redes sociais podemos divulgar nosso produto/serviço e reter novos clientes. Devemos praticar a resiliência, afinal nada acontece sem nossos esforços”.


Marketing boca a boca

A estratégia de marketing é uma aliada, tanto divulgação dos produtos nas redes sociais, criar promoções e o marketing boca a boca são recomendadas. Daniele acredita que esse último é sempre a melhor propaganda, porque ter alguém falando bem do produto é realizador.


“Quando alguém reconhece seu produto pelo logo ou o nome e fala bem dele é surreal. Tenho atraído consumidores e também pessoas interessadas em aprender a fazer Cones Recheados que querem ter uma renda extra. Isso também aumenta a minha confiança e a vontade de ensinar essa atividade deliciosa. Comecei dessa forma, como uma renda extra. Mas o objetivo era sempre fazer o melhor e ser referência nesse doce. A meta continua ativa: que todos possam sentir o sabor da Felicidade de Le Cone Gourmet”, enfatiza Daniele.


Aline de Pauta também considera que divulgação baseada no marketing boca a boca é a melhor opção para o seu negócio. “Acredito que um convidado vai a algum lugar ou alguma festa que está tendo bolo ou kit festa da minha empresa, prova e quer meu contato. O Instagram também ajuda porque vários clientes me dizem que me encontraram pelas redes sociais, mesmo com as poucas publicações que faço”.


As amigas e sócias da Limão Siciliano, Aline e Luciane, utilizam todas as ferramentas que estão disponíveis. “Mas sem sombra de dúvidas, o marketing boca a boca é melhor. Também promovemos sorteio no Instagram e enviamos chocolates para blogueiras de cascavel”, destaca Aline. 


Andressa conta que sua estratégia de marketing também tem sido o do boca a boca. “Com certeza é a melhor forma de conquistar novos clientes. Mas também conto com um gestor de tráfego pago e parceria com algumas influencers”, conclui a empresária.