O cardápio carrega a essência da identidade de um empreendimento de alimentação fora do lar e sintetiza a forma com é feita a comunicação com o cliente. Despertar a curiosidade e o interesse é uma das razões de ser dos menus, ao mesmo tempo em que apresenta as informações essenciais para que o consumidor tome a decisão do que consumir com segurança.
“É importante entender que o cardápio não é apenas uma lista com os produtos oferecidos pelo estabelecimento. É, na verdade, uma ferramenta de comunicação e vendas de um negócio, de modo que a sua concepção impacta diretamente na experiência e satisfação do cliente”, observa a analista de Alimentos e Bebidas da Unidade de Competitividade do Sebrae, Mayra Monteiro.
A criatividade no momento de expor a comida ou a bebida no cardápio, pode ser um diferencial para atrair mais clientes. Nomes diferentes chamam a atenção de quem procura novidade, e como o cardápio é o seu primeiro vendedor ele deve ser bem elaborado.
Como ferramenta de comunicação, a carta pode alinhar conteúdos divertidos e se tornar uma ótima oportunidade para se diferenciar da concorrência. “Nomes de pratos criativos, descrições intrigantes, seções temáticas e sugestões de harmonização são algumas das estratégias que podem ser adotadas”, sugere Mayra.
Vale citar ainda que muitos negócios aproveitam o cardápio para contar um pouco de sua história, criando vínculos com os clientes. Outras informações que chamam a atenção são: aspectos de sustentabilidade trabalhados na empresa, rastreabilidade dos ingredientes, dicas de gastronomia e receitas. Por fim, o garçom representa um ator essencial para o sucesso do cardápio, ao apoiar a sua utilização, sugerir produtos e auxiliar o cliente em sua experiência no estabelecimento.
Para Maria Clara Magalhães, proprietária do restaurante Matula Cozinha, localizado em Belo Horizonte (MG), um cardápio inteligente é fundamental para qualquer negócio de gastronomia. “Ele tem a função de oferecer o que de melhor a empresa sabe fazer. A escolha dos itens que o compõem deve levar em consideração a estrutura física da cozinha, pensando em ganho de produtividade e escala. O cardápio deve considerar a demanda do público-alvo e não deve confundir o cliente, com muitas opções, que sejam similares umas às outras e disputem entre si”, afirma.
O negócio, criado em setembro de 2021, fornece refeições ultracongeladas e investiu num cardápio recheado de estratégia. “Criamos duas categorias para nossos produtos: linha de comidas caseiras e linha de comidas funcionais e low carb. Dentro destas linhas, escolhemos mix de pratos que variam entre opções de carne, frango e vegetarianas”, revelou Maria Clara.
Cardápio digital X Cardápio físico
É inegável o papel essencial que os cardápios digitais exerceram durante a pandemia, por oferecerem uma solução “contactless”, ou sem contato. “Muitos comércios se adaptaram rapidamente à essa nova tecnologia e implementaram em seus estabelecimentos, facilitando vendas mais seguras”, lembra Mayra.
Passados os momentos críticos e considerando a retomada das atividades com certo grau de normalidade, os cardápios digitais nesse momento não desempenham mais o papel de ferramenta essencial para o funcionamento dos negócios, mas passam a atuar de forma complementar ao cardápio físico, oferecendo novas opções e recursos.
A adoção de cardápios unicamente digitais pode ser um problema para qualquer comércio, por alguns motivos, de modo que o ideal é utilizar ambas as soluções: física e eletrônica. Dentre os motivos que impedem a adoção única e definitiva dos cardápios digitais, a analista do Sebrae destaca a dificuldade de acesso e a valorização do contato com os garçons. “De modo geral, a recomendação é de que ambas as modalidades de cardápio sejam adotadas, respeitando as condições e o perfil do público-alvo. Além disso, oferecer os dois tipos é uma forma de respeitar a preferência do cliente, seja por uma ou outra alternativa”, conclui.
Confira algumas dicas do Sebrae para um cardápio de sucesso:
Higiênico e limpo: Importante manter as cartas, que passam por muitas mãos, bem higienizadas.
Planejado: Leva em consideração: o público-alvo, o ambiente, os aspectos regionais e locais, os tipos de refeições oferecidas, o orçamento, os alimentos protagonistas, as técnicas culinárias, os equipamentos de cozinha, a apresentação dos pratos e a capacitação da equipe.
Atrativo: Combina um design criativo com informações bem-organizadas, pensando em uma leitura rápida e objetiva.
Informativo: Fornece todas as informações que o cliente precisa para tomar uma decisão com segurança.
Ilustrativo: Possui fotografias de alta qualidade dos produtos
Fonte: Agência Sebrae de Notícias