A trajetória de queda no volume de serviços no Brasil foi quebrada em novembro de 2023, o que reforça o momento de melhoria da economia brasileira. É o que aponta a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostrou uma variação de 0,4%, depois de três meses no campo negativo – com uma perda acumulada de 2,2%. O resultado superou em 10,8% o registrado pelo setor antes da pandemia. E os pequenos negócios foram fundamentais para a retomada, como aponta o presidente do Sebrae, Décio Lima.
“Este resultado é um sinal positivo, pois o setor de serviços é o retrato do crescimento global da economia brasileira. Neste contexto, as micro e pequenas empresas tiveram papel essencial nesse processo, uma vez que correspondem a cerca de 95% das empresas do país e foram responsáveis pelos bons indicadores do mercado de trabalho. O aumento de atividade no setor significa mais emprego, que resulta em mais renda para a população que pode, assim, consumir mais bens e serviços”, comentou o presidente do Sebrae.
A Pesquisa Mensal de Serviços apontou que o maior impacto sobre o resultado geral veio da atividade de outros serviços (3,6%), que reúne, entre eles as empresas de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito. “Esse dado contribui também para a importância da defesa do parcelamento sem juros, da qual participamos. O parcelamento é uma prática já bem estabelecida na economia brasileira pois impacta diretamente na capacidade de pagamento dos consumidores na aquisição de bens e serviços e ainda fortalece a geração de empregos”, comenta o presidente do Sebrae.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares alcançaram um aumento em 1,0% e aqueles prestados às famílias tiveram um avanço de 2,2% em novembro, recuperando a perda registrada em outubro (-1,8%). Por outro lado, duas atividades ficaram no campo negativo: transportes, que recuou 1,0%, e de informação e comunicação (- 0,1%).
Outros dados
Em comparação ao ano anterior, três atividades registraram expansão em relação ao mesmo período: serviços profissionais, administrativos e complementares (4,4%); serviços prestados às famílias (5,4%) e outros serviços (3,3%). Já transportes (-3,7%) e o setor de informação e comunicação (-0,4%) registraram queda, que puxaram a variação geral para o campo negativo (-0,3%). Até novembro de 2023, o setor de serviços acumula alta de 2,7%, acompanhando o ritmo da economia brasileira.
“Além da taxa básica de juros sendo reduzida e da inflação controlada, os dados combinam com outros indicadores, sobretudo em relação à geração de emprego e renda, o que representa mais dinheiro na economia. É uma combinação positiva de fatores”, comenta o doutor em Economia pela Universidade de Brasília e coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, Giovanni Beviláqua.
O analista ressalta que os bons resultados são fundamentais para os empreendedores planejarem sua atuação em 2024. “Podemos analisar os números como um todo e na constituição de uma tendência de trajetória mais positiva nesse início do ano. Acredito que é um momento propício para que os pequenos negócios possam, ao analisar esse cenário econômico, dar atenção à gestão de seus negócios, sobretudo seus planejamentos financeiros”, avaliou Giovanni.
Fonte: Agência Sebrae