Cascavel tem a primeira construção reconhecida internacionalmente como construção verde. A certificação LEED nível Platinum é a segunda na região Oeste do Paraná. O prédio que recebeu o selo é a nova sede da AMIC PR (Associação de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Paraná), que fica na Rua Maranhão, número 92, e que será inaugurado no próximo dia 28 de junho.
No País, são 1.645 empreendimentos certificados LEED. Deste total, 65 são Platinum: 28 no Sul do Brasil, 18 no Paraná, sendo cinco em cidades do interior e, agora, dois na região Oeste do Estado. Este é o mais alto nível da certificação, que atesta sustentabilidade em edifícios no mundo.
A certificação é um marco importante para Cascavel e incentiva a adesão a obras sustentáveis. O prédio certificado foi planejado visando os mais altos níveis de sustentabilidade e eficiência. A ideia principal do edifício é trazer a inovação, buscando as melhores práticas do mercado, sem tornar o edifício mais caro.
De acordo com o gerente da AMIC PR, Adroaldo De Grandi Segundo, a certificação avalia diversos fatores de um projeto. Cada uma dessas avaliações soma pontos e o empreendimento recebe o selo conforme este resultado.
“Temos a mais alta pontuação, que é a Platinum. Isso é avaliado a partir de vários quesitos: Localização e Transporte; Terrenos Sustentáveis; Eficiência da Água; Energia e Atmosfera; Materiais e Recursos; Qualidade do Ambiente Interno; Inovação em Design; e Prioridades Regionais. Esta conquista é reflexo de bastante dedicação e muito cuidado, durante toda a construção”, ressalta Adroaldo.
Para a presidente da AMIC PR, Sonia Xavier, a certificação reforça o compromisso da instituição com a sustentabilidade.
“É uma grande alegria para nós, sermos a primeira obra de Cascavel com selo LEED nível Platinum. Isso firma nosso compromisso em incentivar os empresários a cuidar do meio ambiente, a pensar no futuro do nosso planeta”, afirma.
Quesitos de sustentabilidade
O novo prédio da AMIC PR conta com geração de energia fotovoltaica e captação de água da chuva, geração de energia própria, automação completa do prédio, além do reuso de materiais de construção que foi feito em etapas previamente definidas, e materiais que diminuem o consumo de ar condicionado.
“Tudo isso com uma metodologia de construção rápida e sem desperdício. O projeto arquitetônico levou em conta a posição do terreno, fazendo com que a face leste receba todo o sol da manhã e, com o uso de brises na fachada, permita uma luminosidade maior, controlando raios solares e usando vidros especiais para impedir a elevação da temperatura interna. A face oeste, que recebe o sol da tarde, foi pensada para receber as áreas de suporte, como banheiros, escadas e elevadores, com o uso de tijolos de bloco cimentício, para absorção do calor sem dissipar para os ambientes internos”, explica o gerente da AMIC PR, Adroaldo De Grandi Segundo.
Com os diferenciais do uso de vidros de controle solar e de brises para retenção do calor; ar
condicionado automatizado e sistema de iluminação LED, o edifício consome menos energia e gera menor impacto ambiental, aliado ao conforto e ao bem-estar de colaboradores e de associados.
Redução de Custos e impactos ambientais
O valor investido no painel fotovoltaico e nas soluções de eficiência foi de R$ 231.800,00, com recursos próprios. A economia de energia prevista é de 100%, ou seja: o prédio é autossuficiente em produção, o que equivale a uma economia anual de R$ 39.144,00, apenas em energia. A economia anual de água prevista é de 82%, o que equivale a R$ 8.957,00, além da redução da emissão de carbono em 100%. A obra teve 76,5% dos resíduos aproveitados, equivalente a 51 metros cúbicos.
Para redução de impactos ambientais foram instalados: vidros de alta performance; brises nas fachadas críticas para diminuição da carga térmica; ar condicionado VRF, sistema de iluminação eficiente; sistema de ventilação automatizado sob demanda; dimerização contínua de iluminação; geração de energia renovável para abastecimento de 100% da demanda do edifício; metais e louças de baixa vazão; aproveitamento de água da chuva para vasos, mictórios e limpeza; uso de acabamentos claros, permitindo menor intensidade luminosa do sistema de iluminação; paisagismo adaptado, com baixo consumo de água; disponibilidade de carregadores de carros elétricos; isolamento térmico nas paredes dos escritórios open plan; parede dupla na sala de Atos; uso de brises para diminuição do ofuscamento; e sensores de CO2 nos ambientes com alta permanência de pessoas.