O primeiro semestre de 2021 apresentou recorde de abertura de empresas e algumas atividades tiveram crescimento acima dos 80%, se comparado com o mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal. A instituição levantou as atividades que mais foram criadas de acordo com o porte da empresa e detectou que há grandes diferenças entre microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas.
Entre os MEI, o comércio varejista de bebidas foi o que apresentou o maior incremento: um aumento de mais de 84% se comparado com o mesmo período de 2020. Enquanto no primeiro semestre do ano passado, 20.778 MEI se formalizaram nesse segmento, nesse mesmo período desse ano foram 38.289. Já entre as micro e pequenas empresas, a atividade com o maior número de inscrições de CNPJ foi a de corretagem na compra/venda e avaliação de imóveis, que passou de 2.613 negócios abertos, no primeiro semestre de 2020, para 5.378 no mesmo período desse ano; um aumento de quase 106%.
“Essas duas atividades apresentaram um forte aquecimento e estão entre as menos impactadas pela pandemia do coronavírus. Percebemos que a diferença do perfil do empreendedor e os recursos que ele tem disponíveis, sejam de capital humano ou financeiro, acabam refletindo também no tipo de negócio que eles mais abrem”, observa o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Ele comenta ainda que o novo perfil do consumidor também estimulou esse incremento nessas atividades.
Em 2020, em razão da pandemia, a compra de bebidas por meio de canais digitais, como aplicativos e e-commerce, tornou-se um novo hábito para muitos consumidores, o que acabou estimulando uma entrada grande de microempreendedores individuais nesse ramo. Entre os MEI também cresceu em mais de 83% o número de formalizações na atividade de preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente, que pode ter sido estimulada pelo aumento de abertura de empresas no Brasil.
Ao analisarmos o ramo da construção civil, a 11ª pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, detectou que a queda de faturamento desse segmento foi de 33% em maio desse ano, enquanto a média ficou em torno de 43% de redução, que segundo o presidente do Sebrae pode ter sido impulsionado pelo confinamento e pelo home office. “Notamos que esse foi um dos setores que sempre se manteve abaixo da média de queda de faturamento das empresas. Prova é que entre as dez atividades mais abertas entre as micro e pequenas empresas, no primeiro semestre desse ano, cinco têm vínculo com a construção civil”, pontua Melles.
Abertura de Empresas
De acordo com o levantamento feito pelo Sebrae, a abertura de empresas no primeiro semestre de 2021 foi a maior se comparada com os mesmos períodos de 2015 para cá. Levantamento elaborado pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal, revela que foram criadas, apenas nos seis primeiros meses desse ano, 2,1 milhões de pequenos negócios. O número é 35% superior ao registrado mesmo período do ano passado e praticamente o dobro empresas criadas em 2015.
Veja quais atividades tiveram maior incremento no primeiro semestre de 2021
Microempreendedores Individuais
1 - Comércio varejista de bebidas – 84,28%
2 - Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente – 83,71%
3 - Outras atividades de ensino não especificadas anteriormente – 52,98%
4 - Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial – 52,59%
5 - Fabricação de produtos de padaria e confeitaria com predominância de produção própria - 50,81%
6 - Promoção de vendas - 46,54%
7 - Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios - 45,82%
8 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal – 41,16%
9 - Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns – 34,13%
10 - Atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza – 31,68%
Micro e pequenas empresas
1 - Corretagem na compra e venda e avaliação de imóveis – 105,82%
2 - Atividade odontológica – 74,84%
3 - Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica – 69,65%
4 - Serviços de engenharia – 68,16%
5 - Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários – 65,96%
6 - Serviços combinados de escritório e apoio administrativo – 64,24%
7 - Construção de edifícios – 58,28%
8 - Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial – 55,05%
9 - Comércio varejista de materiais de construção em geral – 51,13%
10 - Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação - 48,83%
Fonte: Agência Sebrae de Notícias