As micro e pequenas empresas são responsáveis, segundo dados do Sebrae, por 27% do PIB (Produto Interno Bruto) do País e representam mais de 90% dos negócios, de acordo com dados da Receita Federal do Brasil. As micro e pequenas empresas também são responsáveis por 40% da massa salarial no país.
No Paraná, em julho deste ano, segundo levantamento realizado pelo Sebrae Nacional com base no Caged (Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia, foram 13.241 novas vagas geradas nos pequenos negócios, o que corresponde a 91,36% dos empregos de empresas de todos os portes.
Os bons resultados são motivo de comemoração neste mês, que é o mês do micro e pequeno empreendedor. Além dos dados positivos no Estado, a região Oeste também apresenta grande quantidade de vagas disponibilizadas diariamente, principalmente nos micro e pequenos negócios. “Durante a pandemia, as micro e pequenas empresas cresceram em torno de 10%. E as principais áreas estão concentradas na prestação de serviços e no comércio em geral. As micro e pequenas desempenham um papel cada vez mais fundamental para a economia e nos sustenta nos momentos de crise”, avalia a gestora de eventos da AMIC PR (Associação das Micro e Pequenas Empresas do Paraná), Dulce Ragazzon.
Para o consultor do Sebrae/PR Adir Mattioni, vários são os motivos para o crescimento da geração de empregos nas micro e pequenas empresas, mesmo durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. “Durante a pandemia houve uma recessão e, com isso, uma injeção de recursos e de políticas públicas do Governo Federal para que as empresas preservassem os empregos. Uma dessas medidas foi a possibilidade de redução de jornada e de salário”, lembra.
Outro fator que auxiliou no aumento da geração de empregos por parte das micro e pequenas empresas é a questão tributária. “As micro e pequenas empresas têm um custo menor com a folha de pagamento em comparação às empresas de grande porte, por serem enquadradas no Simples Nacional. Na nossa região, temos vagas sobrando, principalmente por sermos uma região essencialmente agrícola e por isso não sofreu uma parada tão grande quanto outras regiões quando se fala em economia no geral. A única coisa que dificulta a colocação dessas vagas é exatamente a falta de mão de obra qualificada”, avalia.
Para a presidente da AMIC PR, Sonia Xavier, o que também fomenta o “boom” das micro e pequenas empresas é que os empreendedores têm buscado capacitação para agir com assertividade, principalmente em momento de crise. “Isso traz melhores resultados na qualidade dos produtos e dos serviços prestados desde o início das atividades. Auxiliamos, inclusive, nesta parte, com orientações e cursos de capacitação”, afirma.
Expansão durante a pandemia
As empreendedoras Luana Monteiro e Nileide Vieira são exemplos de quem cresceu, mesmo em período de pandemia. Com a produção de bolos e doces, a Maria Cereja, que já tem seis anos de mercado, foi expandida como uma nova loja, há um mês. Tudo isso por conta da alta demanda de produtos.
“No início da pandemia, éramos só eu e a Luana. Nossa única colaboradora era gestante e preferimos deixar ela afastada. Mesmo durante esse período, as pessoas consumiram nossos produtos em casa, fazendo confraternizações menores e vendemos muito”, conta Nileide.
Com a procura e a abertura da nova loja, três pessoas foram contratadas. “Abrimos a loja onde vai ser uma galeria, com outras empresas, em outra região da cidade. Apostamos nisso para sair na frente. Também trabalhamos bastante com encomendas de bolos e doces, que são nossa principal fonte de faturamento e estamos apostando no consumo no local, para que as pessoas venham conhecer e consumir bebidas, salgados e outros produtos”, resume.