O Brasil é um país empreendedor. Essa afirmação nunca foi tão verdadeira como agora. Impulsionado pela crise gerada com a pandemia de Covid 19, o brasileiro está buscando o empreendedorismo como alternativa de vida e enxergando na abertura da própria empresa uma forma de gerar renda e buscar sua realização pessoal. Segundo pesquisa GEM (maior pesquisa sobre empreendedorismo do mundo) que vem sendo realizada pelo Sebrae há 21 anos, pela primeira vez o sonho de ter o próprio negócio ocupou (em 2020) a segunda colocação entre os principais objetos de desejo da população, perdendo apenas para o sonho de viajar pelo país. Esses estudos apontam que nada menos que 50 milhões de pessoas, que ainda não são empreendedoras, desejam criar uma empresa nos próximos anos.
Pensando nesse universo de potenciais empreendedores e nos milhões de donos de pequenos negócios que existem no Brasil - e que lutaram bravamente para permanecer de pé diante das adversidades impostas pela pandemia - o Sebrae vem trabalhando arduamente. Desde o registro dos primeiros casos da doença, em março do ano passado, a instituição se preparou para oferecer aos empresários e a todos que resolveram criar o próprio negócio um enorme conjunto de soluções que servissem de apoio e orientação. Nesse contexto, a instituição disponibilizou cursos inteiramente online, acessíveis nas mais diferentes plataformas – inclusive no Whatsapp – e reformulou todo o seu trabalho de consultoria em áreas como inovação e gestão, por exemplo, para estar ao lado dos empresários na hora mais difícil.
Nesse momento em que o país e o mundo já olham para o futuro com mais otimismo e confiança, estamos realizando a Semana Global de Empreendedorismo, uma mobilização feita em nível mundial para estimular a prática empreendedora, especialmente entre os mais jovens. Os grandes objetivos da iniciativa, que é realizada simultaneamente em 180 países, é – a um só tempo – capacitar, inspirar e conectar pessoas em favor do empreendedorismo. O Brasil é protagonista e líder nessa ação, com o maior número de pessoas alcançadas por essa sensibilização. A expectativa para esse ano é ter um milhão de vagas preenchidas, em todo o país, para capacitações em oficinais, painéis, cursos, mentorias, consultorias, ambientes para network, entre outras ações.
Este será o primeiro ano em que a Semana Global terá o status de evento oficial no calendário nacional, graças à Lei do senador Agripino Maia, sancionada no último mês de abril. Desse modo, governo, Congresso e instituições da sociedade civil envolvidas na promoção da cultura empreendedora e que integram o Conselho da Semana Global assumem publicamente o compromisso de colocar o tema como prioridade na agenda do país.
Assumir a defesa do empreendedorismo implica trabalhar em favor da qualificação e apoiar milhões de empresários e potenciais empreendedores. Os pequenos negócios deram, durante a pandemia, inúmeras provas de sua força e de sua importância central na economia e na vida dos brasileiros. Foi esse segmento que sustentou o maior volume de postos de trabalho e gerou renda para sustentar milhões de famílias. Agora, no momento que praticamente todas as atividades retomam lentamente o seu ritmo, são os pequenos negócios que saem na frente gerando os empregos tão necessários para a recuperação do país.
Nesse contexto, a Semana Global cumpre o seu papel ao estimular os milhões de potenciais empreendedores a transformarem seus sonhos em realidade. Mas é crucial que o Brasil saiba proteger e apoiar essa legião de novos empresários que estão criando seus negócios nesse momento e os que ainda surgirão nos próximos anos. O país precisa da capacidade criativa, da inovação e da coragem de cada um desses empreendedores para reencontrar o seu caminho.
Por Carlos Melles, Presidente do Sebrae
Fonte: Agência Sebrae de Notícias